domingo, 7 de agosto de 2011

A importância das Artes Visuais na Educação Infantil







INTRODUÇÃO

A criança quando trabalhada e estimulada desde a tenra idade são capazes de na juventude e na vida adulta tornar-se agentes transformadores da cultura, da paz, da honestidade, da integridade, da justiça e dos verdadeiros valores essenciais à vida humana.
            Nós educadores em unidade com a família, a comunidade e a sociedade somos responsáveis por cuidar, formar, educar e construir um mundo melhor por meio da educação.
            A Importância das Artes Visuais na Educação Infantil visa não à importância da beleza estética, mas a capacidade da criança de produzir e criar segundo suas habilidades e seu olhar de mundo.
            As Artes Visuais na Educação Infantil desenvolve uma conscientização e valorização do ser humano, em especial às crianças, não pelo o que ela tem de material ou pelo seu valor econômico e sim, a valorização dele (a) como pessoa humana, capaz de criar e recriar. Valorizando sua existência, sua dignidade, seu poder de ser e estar no mundo e fazer parte dele vivenciando seus direitos e deveres de cidadão ativo e atuante da sociedade.
            Nas atividades artísticas, no manuseio de diversos objetos, materiais e no contato com variadas formas de expressão de arte, possibilitaremos a ampliação cultural, o diálogo com o mundo, a valorização e cuidado com o outro, a justiça, a solidariedade, o cuidado com o meio ambiente e a promoção humana.
HISTÓRICO DO ENSINO DE ARTE NO BRASIL

            As Artes Visuais são consideradas uma linguagem e uma das formas importantes de se expressar, e se comunicar, no mundo e na sociedade e são indispensáveis na Educação, e, sobretudo, na Educação Infantil.
            No entanto, para ser considerada Arte, propriamente dita, sofreu várias alterações no decorrer das décadas. Na escola tradicional, o ensino de Arte era voltado para o domínio técnico, mais centrado na figura do professor que trabalhava com exercícios por eles selecionados e livros didáticos.
            Entre os anos 20 e 70, influenciados pela tendência escolanovista, o ensino de Arte volta-se para o desenvolvimento natural da criança, centrado no respeito às suas necessidades e aspirações, valorizando suas formas de expressão e de compreensão do mundo. Buscavam espontaneidade e o crescimento ativo e progressivo do aluno. As atividades mostram-se como espaço de invenção, autonomia e descobertas, baseando-se principalmente na auto-expressão dos alunos.
            A Semana de Arte Moderna de São Paulo, em 1922 foi o marco para a caracterização de um pensamento modernista. Nas Artes Plásticas houve uma abertura crescente para as novas expressões e o surgimento dos museus de arte moderna e contemporânea em todo o País.
            Até os anos 60 existiam pouquíssimos cursos de formação de professores no campo de Artes e qualquer professor sem formação específica poderia dar aulas de Desejo ou Artes Plásticas.
            Em 1971, através da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a arte é incluída no currículo escolar com o título de Educação Artística, mas é considerada atividades educativas e não disciplina.
A partir dos anos 80 constituiu o movimento Arte-Educação com a finalidade de conscientizar e organizar os profissionais. Este movimento permitiu que se ampliassem as discussões sobre a valorização e o aprimoramento do professor, que reconhecia o seu isolamento dentro da escola e a insuficiência do conhecimento e competência na área.
            Em 1988, com a promulgação da constituição, iniciam-se as discussões sobre a nova Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional. Houve manifestações e protestos de inúmeros educadores contrários a uma das versões da referida lei, que retirava a obrigatoriedade da área.
            Com a lei nº 9394/96, revogam-se as disposições anteriores e Arte é considerada obrigatória na educação básica: “O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos” (art. 26, § 2ª).
            Em nossa década vivenciamos as características desse novo marco curricular as reivindicações de identificar a área por Arte, e não mais por Educação Artística, e de incluí-la na estrutura como área, com conteúdos próprios ligados à cultura artística e não apenas como atividade.

ARTES VISUAIS NA INFÂNCIA


“As artes visuais expressam, comunicam e atribuem sentido a sensações, sentimentos, pensamentos e realidade por meio da organização de linhas, formas, pontos, tanto bidimensional como tridimensional, além de volume, espaço, cor e luz na pintura, no desenho, na escultura, na arquitetura, nos brinquedos, bordados, entalhes, etc.” (Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil vol. 3).

            Desde o nascimento a criança se depara com Artes Visuais: nas cores e figuras de uma parede, em um quadro, nas ruas, em casa, nos brinquedos e em todos os lugares presentes no cotidiano da vida infantil. 


“Ao rabiscar e desenhar no chão, na areia e nos muros, ao utilizar materiais encontrados ao acaso (gravetos, pedras, carvão), ao pintar os objetos e até mesmo seu próprio corpo, a criança pode utilizar-se das Artes Visuais para expressar experiências sensíveis.” (Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, vol. 3, pag. 85.)

            As crianças têm suas próprias impressões, idéias e interpretações sobre a produção de arte e o fazer artístico. Tais construções são elaboradas a partir de suas experiências ao longo da vida, que envolvem a relação com a arte, com o mundo dos objetos e com seu próprio fazer. As crianças exploram, sentem, agem, refletem e elaboram sentidos de suas experiências. A partir daí constroem significações sobre como se faz, o que é, para que serve e sobre outros conhecimentos a respeito da arte. É no fazer artístico e no contato com os objetos de arte que parte significativa do conhecimento em artes visuais acontece.

ARTES VISUAIS NA SALA DE AULA E SUAS PERSPECTIVAS


As artes visuais é uma disciplina curricular tão importante quanto às demais e não podem ser vistas apenas como um passa tempo em nossas Escolas de Educação Infantil. Para isso é necessário que nossos educadores sejam capacitados e preparados para desenvolverem nos alunos o conhecimento de mundo através das Artes Visuais.
As escolas infantis devem manipular com as crianças diferentes objetos e materiais, explorando suas características, propriedades e possibilidades de manuseio para entrar em contato com formas diversas de expressão artística.
A criança sofre influencia da arte desde cedo. Sejam através de imagens e atos de produções artísticas que observam na TV, computador, gibis, rótulos, estampas, obras de arte, vídeo, trabalhos artísticos de outras crianças, etc. Dessa forma, a criança chega à escola com um grande histórico e repertório sobre a arte. Os educadores, como mediadores irão abranger esse conhecimento por meio de novas experiências.
A arte revela em cada pessoa humana o cognitivo e a afetividade, pois através dela se transmite o que sentimos o que pensamos, como estamos e como anda nosso relacionamento com as pessoas ao nosso redor e com toda a sociedade.
            Através da utilização de formas, ritmos, linguagens e diversos elementos, a arte se torna um veículo da expressão do pensar, do sentir. Todo desenho, rabisco e obra artística elaborado pela criança têm sua importância devido à significação e a importância que ela dá.  “Quando a criança desenha ou canta, por exemplo, ela representa algo que lhe chamou a atenção ou canta uma música de que gosta cujo texto lhe diz algo ou significa alguma coisa importante para ela”. (Prosser, 2003, pag. 2).
            Nas expressões artísticas de cada criança são externizados os sentimentos, as emoções, as expectativas e os anseios ao mesmo tempo em que se estabelecem novas reflexões com a realidade em que se está vivenciando. Essa interação com o meio e ao mesmo tempo com o outro ocasiona experiências significativas no desenvolvimento afetivo, cognitivo, psíquico e de socialização na vida de nossos educandos.
            As artes visuais conduzem os alunos a conhecerem suas limitações, dificuldades e possibilidades de desenvolver, explorar e conhecer suas potencialidades, capacidades e habilidades, colaborando assim, no crescimento nos diferentes campos do saber.

“O ensino da arte e o aprendizado por meio da arte nas escolas de ensino regular contribuem, portanto, para que a escola “proporcione condições para que seus alunos se tornem sujeitos do seu conhecer, na interação com seu meio ambiente, para agir e transformar continuamente sua realidade, pela sua inteligência”. (Prosser, 2003, pag. 10).

            Artes na educação infantil valorizam e desenvolve a realização pessoal, satisfação de si mesmo e dos outros, o prazer, o equilíbrio, a alegria, a paz, a compreensão, a confiança, a reciprocidade, a identificação com o outro e comunhão com o semelhante e com o universo. Contribui para a formação integral do ser humano, diminuindo assim, a violência e a tudo o que destrói o homem cidadão.
            A arte é um grande agente transformador, que leva o ser humano a ser construtor de um mundo melhor, mais humano, civilizado, valorizando a tudo aquilo que é bom e eficaz para a vida.

CONCLUSÃO


Desenvolver através da arte a integração entre os aspectos sensíveis, intuitivos, estéticos e cognitivos a promoção de interação e comunicação com o mundo e a sociedade buscando, por meio destes a construção de diálogo, solidariedade, a justiça, o respeito mútuo, a valorização do ser humano, a paz e cuidados com a natureza, é o objetivo central e principal na Educação de Artes na Educação Infantil.
A arte promove a ampliação do conhecimento de mundo que possuem. A manipulação de diferentes objetos e materiais, a exploração de suas características, propriedades e possibilidades de manuseio e ao entrar em contato com formas diversas de expressão artística, como também a utilização de diversos materiais gráficos, plásticos, naturais e descartáveis sobre diferentes superfícies pode ampliar suas possibilidades de expressão e comunicação.
Desenvolver o gosto, o cuidado e o respeito pelo processo de produção, criação, trabalhos e objetos produzidos individualmente ou em grupo, criando cuidados com o próprio corpo no contato com os suportes e materiais de arte promovem a dignidade humana e conduz as crianças na construção de uma sociedade melhor.





REFERÊNCIAS


BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Conhecimento de Mundo. Brasília: MEC/SEF, 1998.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte. Brasília: MEC/SEF, 1997.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n. 9394, de 20 de dezembro de 1996.

PROSSER, Elisabeth Seraphim. Ensino de Artes. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2003.



6 comentários:

  1. muitas dicas boas para nós professores da educaçao infantil

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  2. Maravilhoso post vai me ajudar grandiosamente no meu projeto de monografia que é sobre o assunto. :)

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  3. Maravilhoso post vai me ajudar grandiosamente no meu projeto de monografia que é sobre o assunto. :)

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  4. Amei vai me conduzir em minha dissertação. Parabéns.

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