sábado, 19 de fevereiro de 2011

Educação Quilombola

Fonte: blogssidcerveja.blogspot.com

A Educação Quilombola não é muito conhecida e nem comentada em nossa sociedade atual. No entanto, os Quilombos fizeram e fazem parte de nossa história brasileira.
As comunidades quilombolas de nosso país, principalmente nos últimos dois séculos, têm recebido apoio de diversas organizações e investimentos sociais e políticos.
Quilombo é uma expressão antiga e significa “campo de iniciação”. A palavra quilombo, segundo Vieira é:
Uma associação de homens, aberta a todos, sem distinção de filiação a qualquer linhagem, na qual os membros eram submetidos a dramáticos rituais de iniciação que os retiraram do âmbito protetor de suas linhagens os integravam como co-guerreiros num regimento de super-homens invulneráveis às armas de inimigos. (VIEIRA, 2006).
Os quilombolas têm muitas histórias de vida, de luta, de conquistas e sofrimentos. A Proposta Pedagógica deste ensino deve ser pautada à escuta e ao conhecimento da realidade concreta desta comunidade.
Fonte de Pesquisa:
§  VIEIRA, F. S. da S. Herança cultural africana e identidade no (s) Kilombo (s). In: Projeto Quilombos Vivos. ASSAOC/Fundação Volkswagen. Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, 2006. P. 40-48.





Educação Indígena

Fonte: paxnobis.org.br

Os indígenas, primeiros nativos em terras brasileiras, tiveram o ensino e a educação pelos brancos de forma violenta, bruta e até mesmo escravizante. De forma grosseira e sangrenta foram obrigados a abandonar seus costumes, hábitos, tradições e culturas para adotar costumes, trabalhos e ensinamentos diferentes dos seus.
Anos, décadas e séculos se passaram após essa violenta colonização. As poucas civilizações indígenas que restaram de nosso país tentam resgatar e transmitir seus conhecimentos, tradições e costumes de seu povo e de sua gente.
Em nossa sociedade a educação indígena está amparada na LDB de 1996 no Artigo 78 que diz:
O Sistema de Ensino da União, com a colaboração das agências federais de fomento à cultura e de assistência aos índios, desenvolverá programas integrados de ensino e pesquisa, para oferta de educação escolar bilíngüe e intercultural aos povos indígenas, com os seguintes objetivos:
I – proporcionar aos índios, suas comunidades e povos, a recuperação de suas memórias históricas; a reafirmação de suas identidades étnicas; a valorização de suas línguas e ciências;
II – Garantir aos índios, suas comunidades e povos, o acesso às informações, conhecimentos técnicos e científicos da sociedade nacional e demais sociedades indígenas e não – índias.
Estudo antropológico descobriu-se que os indígenas jamais se aculturaram. O que aconteceu foi perda de identidade étnica.
Eles são uma minoria etnicamente diferenciada, que deve ser respeitada na sua diferença e que é capaz de analisar a realidade em que vive e define de forma autônoma seu próprio projeto político e a condução de seu futuro. (DOMINGUES, pg. 73, 2009).
A educação indígena não deve ser pensada como uma escola normal, mas deve ser pensada como um sistema aberto com um currículo que responda às necessidades desse povo e que respeite sua cultura, civilização, costumes, etnias e sua história.
Fonte de pesquisa:
§  MARANHE, Elisandra André; MORAES, Mara Sueli Simão. Educação para populações específicas – Coleção UNESP – SECAD – UAB, Diversidade e Cidadania, v. 3. Bauru: UNESP, 2009.




Educação do Campo

Fonte: itapeva.sp.gov.br

Quando falamos em Educação do Campo, logo pensamos em uma educação fraca, com poucos alunos, sem estrutura física ou material adequado à aprendizagem. Também pensamos  em um currículo pobre e falho. No entanto, a Educação do Campo pode ser enriquecedora, criativa e muito interessante se os educadores e gestores dessas escolas buscarem um currículo adaptado à realidade e à necessidade dos educando do campo.
Infelizmente o que vemos no campo é um currículo copiado da educação urbana. Acredito que os conteúdos devem ser transmitidos e ensinados como qualquer outro ensino da rede regular de ensino. No entanto, a prática, a interdisciplinaridade e a dinâmica precisam ser adaptadas à realidade do campo de forma que os alunos sintam-se integrantes ativos no processo educativo.
O Projeto político Pedagógico numa escola do campo deve levar ao respeito às diferenças sejam elas raciais, econômicas e sociais; e ao direito à igualdade e abrangência da diversidade do campo em seus aspectos sociais, culturais, políticos, econômicos, de gênero, geração e etnia.
O desenvolvimento do currículo educacional do campo busca respeitar a identidade da vida no campo: seus costumes,  tradições, conhecimento e realidade.
Segundo RICE (1999) uma das propostas para a educação de campo são:
a)    Mudança do calendário escola, respeitando-se o calendário escolar agrícola;
b)    Redefinição dos conteúdos curriculares, adotando-se uma forte tendência à interdisciplinaridade, tendo como eixo articulador as questões ambientais;
c)    Participação da comunidade, na gestão, no acompanhamento das práticas educativas ou mesmo ministrando aulas e programas na escola;
d)    Articulam-se formação acadêmica, moral (em especial, ressaltando as práticas comunitárias) e lazer (normalmente esquecidas nas programações oficiais);
e)    Nucleação de pequenas escolas no meio rural (RICE, 1999).
Outra proposta que pode ser viável é fazer parcerias com meios para melhorar a vida no campo e até mesmo com pais e familiares para se ensinar a plantar, colher e realizar atitudes que ajudarão os alunos do campo.
Fonte de Pesquisa:

Fonte: escolasetedesetembro.com.br






Educação de Jovens e Adultos - EJA

A Educação de Jovens e Adultos está alicerçada e documentada na LDB (Lei Diretrizes e Bases da Educação Nacional), promulgada em 1996 na Lei nº 9394/96.
No Artigo 37 diz: “A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.” Ou seja, homens e mulheres, solteiros ou casados, com filhos ou sem filhos, empregados ou desempregados, têm os mesmos direitos à educação básica que qualquer outro cidadão brasileiro.
No Artigo 38 assegura que: “Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular”.
Este mesmo Artigo no Inciso I e II diz:
“I – no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze anos;
II – no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos.”
Ainda no Artigo 38 no segundo parágrafo fala: “Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educadores por meios informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames.”
Por meio deste documento verificamos a importância e a autenticidade do EJA. Reconhecido por Lei a Educação de Jovens e Adultos tem tanto valor quanto de qualquer outro ensino regular.
Apesar da sua veracidade e autorização temos um grande número de analfabetos no Brasil chegando ao nº de 14,1 milhão segundo o IBGE de 2010. Infelizmente ainda há falta de conscientização por parte dos empregadores que não facilitam e nem estimulam a continuação dos estudos de seus empregados. E ainda há a discriminação e preconceito pelos próprios educandos.
Só diminuiremos o número de analfabetos quando empresas, governantes, estudantes, patrões e toda a sociedade se unirem e buscarem em conjunto um verdadeiro “país de todos”, onde teremos acesso a educação e à uma formação de qualidade.
Fonte de Pesquisa:
§  bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/2762/ldb_5ed.pdf?...

                                                         Fonte: mulheresmil.mec.gov.br 





Ensaio sobre o Título

Vivemos em uma sociedade globalizada e pluralista onde a diversidade educacional impera em meio a um aglomerado de informações, comunicações e transformações.
Segundo o Mini Dicionário Houaiss a palavra “Diversidade” é a qualidade do que é diferente, variado. A educação na diversidade favorece e conduz os cidadãos ao respeito, a cidadania, a boa convivência, a tolerância e à aceitação de uns e de outros.
Em um mundo globalizado, informatizado e praticamente digitalizado em que vivemos nossa sociedade ainda é carente no respeito mútuo, na boa educação, nos valores, na ética, na aceitação de pessoas segundo sua cultura, sexualidade, religiosidade, etnia, raça, cor, classe social e escolarização. Infelizmente a valorização à vida está escassa.  
A Educação na Diversidade vem de encontro com a necessidade não apenas educacional, mas também humanística que colabore com todas as civilizações humanas. Dessa forma temos a Educação para Jovens e Adultos (EJA), A Educação do Campo, A Educação Indígena, A Educação Quilombola, A Educação Ambiental, A Educação de Gênero e Diversidade Sexual, Educação Étnico-Racial, Educação Especial e tantos outros.
Esse blog tem como objetivo discutir um pouco sobre cada uma dessas formas de educação na diversidade segundo um olhar atualizado no contexto em que vivemos da era digital. Também trataremos vários outros temas educacionais que venha de encontro à Educação e à Diversidade.